Trabalhos 2016

Escola Sup. de Educação de Santarém (Santarém)

Escalão 2 - escolas de outros níveis de ensino a partir do 2º ciclo (inclusive)

Fotografias:

Detalhe de dois frutos com símbolo SSC
Detalhe de dois frutos com símbolo SSC
Processo de construção dos frutos
Processo de construção dos frutos
Produto final
Produto final
Processo de construção da cesta
Processo de construção da cesta
Processo de construção da cesta e de um fruto
Processo de construção da cesta e de um fruto
Conjunto de maçãs com símbolo da tetrapak
Conjunto de maçãs com símbolo da tetrapak

Memória Descritiva:

Introdução
Conscientes da pertinência dos desafios apresentados pelo programa Eco-escolas para a formação de cidadãos mais responsáveis e intervenientes no que respeita aos problemas que afetam o ambiente, e considerando a dimensão criativa do passatempo “Cria uma Fruta, Colhe os Prémios”, a turma de Educação Básica – que se encontra a frequentar a Unidade Curricular de Ecologia – 1.º ano, 2.º semestre, abraçou este projeto com entusiasmo e determinação. De referir, que tratando-se de uma Unidade Curricular (disciplina) que começou apenas em fevereiro, contando ainda com a interrupção da Páscoa, a turma reuniu esforços no sentido de conseguir concretizar este projeto, num tempo mínimo para a recolha de embalagens, contactos, autorizações às direções da nossa escola assim como de uma escola vizinha (localizada no mesmo campus) para poder estabelecer um ponto de recolha de embalagens e cada uma das escolas, elaboração do cartaz com informação sobre o passatempo para apelar à participação da comunidade educativa que acabou por aderir bastante bem e concretizar a cesta com as respetivas frutas. Esta experiência, para além dos valores ambientais subjacentes que pode despertar nos estudantes e restante comunidade educativa envolvida, permitiu promover atitudes e competências de trabalho colaborativo, favorecendo as relações interpessoais entre os alunos. Desta forma, o balanço é bastante positivo.
Esta memória descritiva, começa por apresentar o processo de construção dos frutos e da cesta prosseguindo-se com uma descrição dos frutos que foram criados, realçando algumas das suas características quanto à sua origem, produção e benefícios nutricionais. Conclui-se este trabalho com uma breve reflexão e com as fotografias dos diferentes momentos de construção dos frutos e da cesta bem como do cartaz elaborado, em anexo.
1. Processo de construção dos frutos e da cesta
A turma de Educação Básica - 1.º ano, começou por construir a cesta que iria conter o conjunto de frutos selecionado para colocar no seu interior. Para ser possível à sua construção, a turma começou por criar um grupo privado no facebook no qual ia partilhando ideias e pesquisas realizadas para a construção da cesta e dos frutos. Foram encontrados alguns moldes, trocado ideias quanto à melhor forma de proceder e depois de algumas semanas com os pontos de recolha de embalagens de cartão da Compal no bar das duas escolas (Escola Superior de Educação de Santarém – ESES e Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarem – ESGTS), a turma organizou-se de forma a dar forma ao projeto. Para tal, foi necessário proceder à divisão de tarefas entre os estudantes, algumas alunas ficarem com a atarefa de recolher embalagens da ESES, outro grupo recolheu da ESGTS, lavar e secar as embalagens, obter os moldes, tintas, cola quente e respetivas pistolas, e para além de terem sido cedido algumas aulas para a turma conseguir concretizar o projeto, também houve necessidade de desenvolverem o trabalho fora do tempo de aula.
A construção da cesta envolveu embalagens, cola quente e um fio de arame para dar suporte à alça da cesta. Os frutos foram escolhidos em função da capacidade do grupo para conseguir concretizá-los e a sua produção nacional, tentando sempre evidenciar de algum modo os símbolos da Tetra Pak e FSC. Alguns frutos envolveram apenas embalagens cuja escolha se tentou sempre relacionar com o fruto a construir, por exemplo, o pêssego tem por base embalagens de Compal com sabor a pêssego, pelo facto de também terem a sua representação na embalagem de cartão, cola quente e palhinhas (também das embalagens de cartão da Compal). Alguns frutos foram pintados de forma a se assemelharem mais ao fruto que pretendiam representar mas sempre com o cuidado de a tinta continuar a permitir visualizar o fundo original das embalagens da Compal. Em alguns casos, como o das cerejas, foram ainda utilizadas as tampas das embalagens de cartão.
A metodologia de trabalho, pretendeu centrar-se na reutilização das embalagens, focando-se nos símbolos da Tetra Pack e FSC (presentes nas folhas dos frutos para além do próprio corpo do fruto) e aproveitando ainda outros elementos, como as tampas e as palhinhas.
2. Descrição dos frutos
Apesar da opção da turma, na construção de frutos diversos, dado ser importante uma alimentação equilibrada e diversificada, realça-se a importância no consumo dos frutos na época apropriada, pois tal como a DECO (2012) realça, quando consumidos na sua época própria, pode-se aproveitar melhor o seu sabor e pode, igualmente, existir uma melhor relação entre qualidade e preço.
2.1. Origem e Modo de produção
Ananás (Ananas comosus)
Os Ananás é cultivado ao ar livre nos países tropicais, sendo mais pequeno e ácido do que o Abacaxi. De notar, que Portugal produz o Ananás dos Açores cuja denominação é de Origem Protegida pela União Europeia e tem um sabor mais agridoce. A produção do ananás nos Açores é feita em estufas de madeira e de vidro. Essas estufas são caiadas de branco na primavera para não ter calor excessivo e o solo é tratado com matéria orgânica. Para que as plantas floresçam ao mesmo tempo, aplicam-se “fumos” durante a noite. A planta do ananás produz um só fruto e são necessários cerca de dois anos desde a plantação até à colheita do fruto (Teixeira, s.d).
Banana (Musa acuminata)
A DECO (2012) informa que as bananas são criadas em várias partes do globo, sendo que em Portugal são criadas na Madeira e no Algarve, onde existem condições favoráveis ao seu crescimento. Trata-se de uma planta tropical, produzindo mais nos meses mais quentes. A bananeira é uma planta que tem origem no sudeste asiático, pertencendo à família Musáceae. É uma planta herbácea, com um caule subterrâneo onde nascem os “filhos” que servem para propagar o fruto (Turismo regional da madeira, s.d.).
Pêssego (Prunus pérsica)
O pessegueiro é originário da China, e deve ser plantado no princípio do inverno até ao princípio da primavera. Multiplica-se por estacaria (enxerto de gema) e por cultura “in vitro”. A rega só deve ocorrer nos verões “secos” por rega “gota a gota”. A colheita deve ocorrer entre julho-agosto quando a cor (tons mais avermelhados), a firmeza (mais mole) da polpa e o perfume (cheiro mais intenso) se alteram (CML- Quinta pedagógica dos Olivais, s.d.).
Maçã (Malus domestica)
A Maçã oferece um grande número de variedade, mas a sua origem apesar de apontar para regiões temperadas como a Europa e a Ásia Central e Ocidental, é incerta (DECO, 2012). Os produtores de maçã devem garantir que as macieiras tenham acesso a grandes quantidades de água no verão. Em caso de falta de água pode comprometer o rendimento da produção.
Peras (Pyrus communis)
Este fruto é originário da Europa Oriental e Ásia Ocidental. Para produzir peras o pomar precisa de alcançar 4 ou 5 anos. Requerem alguns cuidados relacionados com as regas, fertilizações e tratamentos para crescimento do fruto até à colheita. As pereiras florescem entre março/abril. É importante verificar se as árvores estão demasiadamente carregadas de frutos, se for o caso disso, e para assegurar os nutrientes suficientes para todos os frutos, deitam-se alguns para o chão (Balasteiro, 2014).
Laranja (Citrus sinensis)
A Laranja é um citrino de grande consumo, sendo um fruto típico do mediterrâneo, existindo diferentes variedades, como a Navel ou laranja Baía, brancas ou comuns e sanguíneas, sendo estas últimas as menos vulgares (DECO, 2012). A laranja veio da China para a Europa, no século XVI, pelos portugueses. A produção de laranjas no Algarve abrange praticamente todo o ano, de outubro até junho, podendo incluir setembro (com as variedades Valência Late e D. João) (Ministério da Agricultura do desenvolvimento rural e das pescas, 2007).
Cerejas (Prunus avium)
Tem origem no Médio Oriente, estando bem adaptada nas regiões de clima temperado, como Portugal (DECO, 2012). É uma árvore que depende do clima para frutificar. No inverno, precisa de temperaturas abaixo de 7.ºC, sendo o clima da região Norte de Portugal propício à sua produção. Uma boa produção depende do processo de polinização, sendo importante existirem outras árvores por perto para fornecer o pólen necessário (Ferreira, 2015).
Morango (Fradaria vesca)
O cultivo de morangos requer um solo de “boa saúde” e sem ervas daninhas. Os morangueiros precisam de ser bem regados pela manhã. Tipos de morangueiros: os remontantes que devem ser plantados na primavera (crescem continuamente entre Junho e Outubro) e os não-remontantes a plantar entre agosto/setembro (produzem morangos apenas uma vez por ano entre Abril e Junho) (O meu jardim, sd.). O morango é originário das regiões temperadas da Europa.
Melancia (Citrullus lanatus)
É originária das regiões secas da África tropical, não se produz bem se o clima for muito frio ou muito quente; bem como se a humidade for elevada. Deve-se plantar em locais quentes e secos.
Uva (Vitis vinífera)
Tem origem na Europa e no oriente Médio, o fruto da videira que é típico de regiões de clima temperado. A produção de uva está dependente das vinhas que a produzem tendo que responder a algumas exigências ao nível do solo que deve ser preparado para receber as castas a plantar, requer poda para as videiras crescerem conforme o desejado, deve-se assim adequar as castas a plantar ao solo e clima da região. A colheita é feita durante a vindima e depende do estado de maturação das uvas e das condições climatéricas (sendo desejável não chover para não afetar os cachos de uva e consequentemente o vinho).
2.2. Caraterísticas e benefícios nutricionais
Ananás (Ananas comosus)
É uma fruta digestiva e diurética, rica em vitamina C (Anexo 1). Como contém muita água e poucas gorduras tem baixo valor calórico (DECO, 2012).
Banana (Musa acuminata)
A banana tem um elevado teor de açúcares e hidratos de carbono, que contribui para um valor calórico superior à maior parte das frutas. É rica em potássio e em magnésio, sendo uma fruta de fácil digestão e tem efeito antidiarreico (DECO, 2012). Predominam as vitaminas do complexo B e C. A banana verde tem amido resistente, que aumenta a sensação de saciedade e faz o intestino funcionar melhor, e assim, o organismo libera menos insulina no sangue.
Pêssego (Prunus pérsica)
Apesar de ter um sabor doce, o pêssego tem poucos açúcares, é diurético e favorece a digestão. Caracteriza-se por ser uma fonte de Beta-caroteno, fibra, vitamina A, B, E e C e potássio (DECO, 2012; CML- Quinta pedagógica dos Olivais, s.d).
Maçã (Malus domestica)
A maçã é rica em vitaminas A, C, E e ácido fólico (B9), em fibras como a pectina e a quercitina (um antidoxidante). Na sua composição podem ser destacados o potássio e o magnésio.
Peras (Pyrus communis)
As peras são ricas em água e em fibras. A quantidade de açúcares presente varia em função do seu estado de maturação e da variedade. Tem na sua constituição Vitamina A, B1, B2, B12 e C (DECO, 2012; Observatório dos Mercados Agrícolas e das Importações Agro-alimentares, s.d). Possui ainda Sais minerais como o Sódio, Cálcio, Potássio, Ensofre, Magnésio, Ferro e é rica em fibras (Observatório dos Mercados Agrícolas e das Importações Agro-alimentares, s.d.). Pode igualmente coadjuvar no tratamento da hipertensão arterial e da obstipação.
Laranja (Citrus sinensis)
Os benefícios nutricionais destes citrinos relacionam-se com o seu aporte vitamínico, sobretudo de vitamina C. Uma laranja é suficiente para cobrir as nossas necessidades diárias nesta vitamina. É ainda uma fonte relativamente rica em cálcio, magnésio e potássio, bem como em vitaminas do grupo B e provitamina A como também é rica em diversos compostos anticancerígenos (DECO, 2012).
Cerejas (Prunus avium)
A cereja é rica em antioxidantes, como os flavenoides e polifenois. É rica em água e potássio, sendo um bom antidiurético. Caracteriza-se ainda por ter fibras, cálcio, ferro e vitamina C (DECO, 2012).
Morango (Fradaria vesca)
É uma planta herbácea, rasteira e de pequenos porte pouco calórico e com um aporte considerável em minerais (ferro e potássio), tem ainda na sua composição vitamina C e ácido fólico. As sementes do morango estimulam o trânsito intestinal (DECO, 2012).
Melancia (Citrullus lanatus)
É uma planta herbácea de ciclo vegetativo anual, cujo componente principal é água. Tem um valor calórico reduzido e é pobre em açúcares mas é rica em vitamina A e piridoxina (B6) e C, sendo também rica em magnésio (DECO, 2012).
Uva (Vitis vinífera)
A uva tinta é rica em polifenois e tanino, sendo antioxidantes importantes. Tem um tero em açúcares de fácil assimilação (DECO, 2102). Apresenta pequenas quantidades de vitaminas do complexo B e vitamina C. Fornece minerais como potássio, cálcio, fósforo, magnésio, cobre e iodo.
Reflexão
A turma pensa ter alcançado os principais objetivos do passatempo pelo facto de ter conseguido envolver a comunidade escolar (alunos, professores e funcionários e outros utilizadores pontuais) na atividade de recolha de embalagens de cartão, tendo tido uma participação bastante significativa. Outras atividades encontram-se igualmente em desenvolvimento na ESES de forma a sensibilizar para a importância de adoção de comportamentos mais sustentáveis, realizando-se já, dia 22 de abril, uma conferência com essa finalidade. A recolha separada destas embalagens pretendeu também despertar a consciência, dos diversos utilizadores, na separação que deve fazer no seu dia a dia dos resíduos que produz, colocando-os nos respetivos ecopontos.
Pretendemos ainda chamar a atenção para a importância da adoção de hábitos e estilos de vida saudáveis através da exposição do produto final no bar da escola, dando enfoque ao consumo de frutos e na importância em realizar um consumo diversificado da fruta. A exposição dos símbolos Tetra Pak e FSC® constantes das embalagens de cartão em todos os frutos, visam realçar a sua importância e significado, evidenciando, desta forma, a preocupação da Tetra Pak na gestão florestal responsável.
Referências Bibliográficas
Balasteiro, S. (2014). Uma produção e peras. Jornal Sol. Recuperado de http://www.sol.pt/noticia/103665/uma-produ%C3%A7%C3%A3o-e-peras
CML- Quinta pedagógica dos Olivais (s.d.). Ficha Técnica da cultura do pessegueiro. Recuperado de http://quintapedagogica.cm-lisboa.pt/uploads/media/Ficha_tecnica_pessegueiro.pdf
DECO (2012). Fruta e legumes na época ideal. Recuperado de http://www.deco.proteste.pt/alimentacao/produtos-alimentares/dicas/fruta-legumes-epoca-ideal
Ferreira, J. (2015). A cereja – um fruto de Maio mas só para alguns quintais. Esmeralda Azul. Recuperado de http://esmeraldazul.com/pt/blog/a-cereja-um-fruto-de-maio-mas-so-para-alguns-quintais/#sthash.fccXu2UO.dpuf
Infovini - Vinhos de Portugal (s.d.). Cultura da vinha. Porto: Infovini. Recuperado de http://www.infovini.com/classic/pagina.php?codPagina=7&flash=1
Ministério da Agricultura do desenvolvimento rural e das pescas (2007). Citrinos. Recuperado de http://www.isa.utl.pt/files/pub/destaques/diagnosticos/Citrinos.pdf
Observatório dos Mercados Agrícolas e das Importações Agro-alimentares (s.d). A pera em Portugal. Recuperado de http://www.observatorioagricola.pt/item.asp?id_item=101
O meu jardim (sd). Como cultivar morangos. Recuperado de http://omeujardim.com/artigos/como-cultivar-morangos
Teixeira, R. (s.d). Os ananases e a Matemática. Tribunal das ilhas online. Recuperado de: http://www.tribunadasilhas.pt/index.php/opiniao/item/4644-os-ananases-e-a-matem%C3%A1tica
Turismo regional da Madeira (s.d.). Banana. Recuperado de http://www.visitmadeira.pt/pt-pt/o-que-fazer/eventos/pesquisa/banana