Escola D. Maria II de Vila Nova da Barquinha (Vila Nova da Barquinha)

Escalão 2 - escolas de outros níveis de ensino a partir do 2º ciclo (inclusive)

Fotografias:

Memória Descritiva:

Memória descritiva
A Escola D. Maria II de Vila Nova da Barquinha é uma EcoEscola à 4 anos e temos participado em alguns passatempos/concursos ao longo deste tempo.
Este ano, decidimos participar no Passatempo “Cria uma fruta, colhe prémios.”, pois um dos resíduos recolhido em maior quantidade na escola são as embalagens Tetra Pak da Compal (não se vende mais nenhum néctar/sumo/refrigerante embalado de outra marca).
Primeiramente pensámos em escolher um fruto, mas apercebemo-nos de que para uma alimentação saudável, deve-se variar a fruta ao longo do dia. Deste modo, surgiu a ideia do nosso trabalho relacionar o consumo de fruta com as diferentes horas do dia.
O resultado deste passatempo destina-se a ser colocado na sala polivalente dos alunos (onde se situa o bar da escola), para dar a conhecer a toda a comunidade escolar o trabalho desenvolvido pelo Projeto EcoEscolas. Assim, pensámos que o trabalho deveria ser o resultado de uma articulação entre as ideias de reutilizar os resíduos produzidos pelos próprios alunos, consciencializá-los para uma alimentação saudável e variada e simultaneamente construir um objeto útil e necessário no dia a dia dos mesmos.
Desta forma surgiu a ideia de construir um relógio para a sala polivalente com a marca “Hora Compal”… O relógio é um objeto, para o qual os alunos têm necessidade de olhar e, mesmo inconscientemente, as ideias pretendidas alcançar, vão fazendo parte da mentalidade dos alunos.
A seleção dos frutos foi pensada de forma a passar a mensagem de reduzir a pegada ecológica, na qual está implícita a ideia de que dividimos o espaço com outros seres vivos e que temos um compromisso geracional, isto é, “capacidade de uma geração transmitir à outra um planeta com tantos recursos como os que encontrou” (Relatório Brundtland). Assim sendo, é fundamental adotar comportamentos mais amigos do ambiente que, direta ou indiretamente, permitam reduzir a quantidade de recursos necessários às atividades diárias, como por exemplo: adquirir, sempre que possível, produtos produzidos localmente, pois consomem menos combustível no seu transporte, produzindo menos emissões e contribuem para a manutenção do emprego e para o desenvolvimento da economia regional.
Nesta linha de pensamento pretendemos também incutir nos alunos, hábitos de consumo de fruta produzida em Portugal; contribuindo assim para a valorização do que é português, ajudando a preservar postos de trabalho, sendo uma mais valia para a economia portuguesa, ao mesmo tempo que reduz a pegada ecológica relativamente ao consumo de néctares/sumos/refrigerantes produzidos noutros países.
O nosso trabalho visualmente salienta, pela sua qualidade e importância económica, a MAÇÃ DAS BEIRAS, a CEREJA DO FUNDÃO, a PERA ROCHA e a LARANJA DO ALGARVE.
Para operacionalizarmos esta ideia recorremos às embalagens Tetra Pak da Compal dos néctares/sumos consumidos na escola. Precisámos de utilizar régua, tesouras, x-ato e cola.
Os alunos trouxeram um relógio já danificado que foi reutilizado, aproveitamento o seu maquinismo.
O suporte branco do relógio é uma reutilização de materiais de publicidade e foi-nos cedido por um Encarregado de Educação de uma aluna da escola, que trabalha nessa área.
Com os recortes destes materiais, com muita imaginação e com a minha orientação, um grupo de alunos de 7º ano, conseguiu realizar o trabalho que apresentamos, candidatando-o ao passatempo e com o objetivo final de o colocar na sala polivalente.
Escolhemos representar uma maçã em forma de relógio por considerarmos este fruto fundamental na alimentação e por existir em Portugal em grande quantidade e qualidade. Optámos por representar a maçã com a embalagem Tetra Pak da Compal do lado contrário.
Os benefícios para a nossa saúde através da ingestão de fibras de MAÇÃS de variedades regionais das Beiras, foi objeto de uma pesquisa realizada entre várias instituições, entre as quais a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, comprovando que a ingestão destas maçãs ajuda na prevenção do cancro devido às suas propriedades fitoquímicas.
Entre as espécies analisadas, destacam-se as variedades da região das Beiras: Malápio Fino, Bravo, Pêro Pipio e Malápio da Serra. Estas apresentam uma grande concentração em compostos bioativos (polifenóis e fibras), grande riqueza nutricional e um elevado poder antioxidante, podendo por isso ter características de alimento funcional, ou seja, revelar influência positiva na prevenção de determinadas patologias, nomeadamente alguns tipos de cancros e doenças cardiovasculares.
Além disso, alguns estudos constataram que a maçã é rica em fibras, vitaminas A e C, ferro, cálcio, magnésio, potássio, flavonoides e água. Auxilia na prevenção de doenças cancerígenas, doenças cardíacas ou na melhoria da taxa de glicose em diabéticos de tipo dois.
A CEREJA possui as vitaminas A, B1, B2, B5 e C. Além de possuir 231 mg de potássio, possui também a cada 100 gramas fósforo, sódio, cálcio, enxofre, silício, magnésio, cloro e ferro, ácido elágico, além de proteínas 0,6%, amidos e açúcares 15%. A cereja também possui betacaroteno, pectina (fibra solúvel que ajuda a controlar os níveis de colesterol do sangue), quercetina (flavonóide com ação anticarcinogénica e antioxidante) e cianina (tem propriedades antiinflamatórias que podem reduzir o inchaço e as dores).
O sabor da cereja e as suas baixas calorias fazem com que seja uma sobremesa ideal durante a sua época. As cerejas amargas, mais nutritivas do que as cerejas doces, são mais utilizadas para a preparação de compotas.
A PERA ROCHA tem propriedades antioxidantes e glutationa anticancerígena que ajudam a prevenir a hipertensão arterial e o AVC. O alto teor de vitamina C e de cobre fazem com que a pera rocha seja um bom agente antioxidante, protegendo as células dos danos dos radicais livres. O elevado teor de pectina é muito útil para controlar os níveis de colesterol. Outro benefício da pera é o facto do seu suco ter efeito anti-inflamatório. As peras contêm um alto nível de boro, que ajuda o organismo a manter os níveis de cálcio, impedindo ou retardando o aparecimento da osteoporose. O alto teor de folato (ácido fólico) previne defeitos do tubo neural em recém-nascidos.
A pera rocha também é uma boa escolha para quem deseja perder peso, por ter carboidratos na forma de fruta.
A LARANJA DO ALGARVE para além da vitamina C, também contém ácido fólico, cálcio, potássio, magnésio, fósforo e ferro, fibras, pectina e flavonóides.
O principal benefício da laranja é a sua propriedade antioxidante. Existem mais de 170 diferentes tipos de fotoquímicos, incluindo mais de 60 flavonóides que apresentam propriedades antiinflamatórias, antitumor e inibem a formação de coágulos no sangue. Controla a pressão sanguínea, combate o colesterol, melhora os problemas digestivos, estimula as funções intestinais, previne gripes e infeções e reforça as defesas do organismo.
Precisamos aprender a cuidar de nós mesmos, do outro e do Ambiente em que vivemos.
Maria Alice Setúbal